Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Fala-se muito da Casa da Música (arq. Rem Koolhaas). Parece que anda para aí uma polémicazita sobre um pianista que queria ser gestor mas afinal só queria ser pianista e vai acabar como director cultural. Oh, que assunto importantíssimo! Oh, o país pára para ver! Infelizmente, a Casa da Música inspira preocupações muito mais importantes do que esta história de comadres. Não visitei o edifício (ainda). Portanto só posso contar uma pequena história.
Há alguns anos um arquitecto holandês fez um projecto. Mais um. Era uma residência unifamiliar. Tinha umas formas arrojadas, com uns ângulos interessantes. Mais, a casa utilizaria o vidro como material fundamental. Essa residência não foi construída. O projecto foi para o lixo? Não, ficou na gaveta à espera de uma oportunidade para se vingar...
Passados uns tempos o mesmo holandês descobre um concurso internacional para uma sala de espectáculos numa cidade de um país periférico. Perfeito! São obras destas que dão status aos grandes arquitectos. Mas, não tenho projecto! Está muito em cima da hora! Como resolveu o arquitecto-argumentista-jornalista este problema? Simples. Foi à gaveta, mandou tirar cópias dos desenhos com uma ampliação de dez vezes, mudou as legendas pondo a palavra "betão" onde estava "vidro" e concorreu.
Ganhou o concurso.
E nós por cá, nesta periferia esquecida, aplaudimos mais uma obra de um grande arquitecto internacional.
Boa.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
00:58