Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Rodrigo Pestana enviou um e-mail sugestivamente intitulado
Casi No com os seus pensamentos sobre a polémica do Casino, datado de 14 de Maio. Aqui ficam alguns excertos:
Cada vez tenho mais dúvidas sobre esta ideia do casino para o Parque Mayer (...)
(...) A esquerda era contra e a direita, com os artista do seu lado, era a favor. O casino não consporcava ou sequer comprometia a dignidade e o protagonismo que se esperava a cultura tivesse no novo Parque e era somente uma solução excepcional para um problema (e um lugar) de excepção. (...)
(...) Mas havia também a questão da localização. Aqui, e era aqui que começavam e dividir-se as águas entre esquerda e direita, porque aos artistas esta questão se mostrava indiferente, aqui se esgrimiam os argumento, à direita, e os sentimentos, à esquerda. Uns por um casino aglutinador, capaz de atrair mais gente à cultura (numa falácia tão descarada que quase ninguém se lembrou de rebater), por um casino como mais um entre os diversos equipamentos de diversão que para ali se previam, por um casino que é tão legítimo no centro da cidade, quiçá mais ainda na Avenida, como noutro lugar qualquer. (...)
(...) Perante este quadro, o Presidente da Câmara prometeu um debate alargado mas entretanto tratou de tirar mais um coelho da cartola - o arquitecto Frank Gehry. (...)
(...) e o problema já não é o Parque Mayer mas onde colocar o casino. (...)
1. A questão política não me interessa. Ou melhor a questão ideológica não me interessa. Reconheço que é importante compreendermos as pressões políticas num projecto desta dimensão, e nada mais apelativo do que recorrer ao binómio esquerda/ direita, ou se quisermos poder/ oposição. No entanto quando discutimos cidade acho preferível não ir por aí.
2. Não ponho em causa a existência de um casino em Lisboa. Nem me importa discutir o fenómeno sociológico do jogo. Antes disso, teríamos de resolver problemas muito maiores como a droga, o álcool, o tabaco, a tele-dependência, etc, etc. Aliás considero que o Casino do Estoril tem contribuido para o prestígio da zona turisticamente. Se o mesmo puder suceder com Lisboa óptimo.
3. Confesso que a primeira vez que ouvi em Casino do Parque Mayer me assustei. Mas durou pouco tempo. Depois de analisar mais calmamente tranquilizei-me.
4. Quando vi a pequena notícia do Expresso na primeira página "Frank Gehry constroi Parque Mayer" não resisti a fazer alguns telefonemas indignado. Mais uma vez passou-me. Não me incomoda o facto de não ter havido concurso público. Acho que se o problema é urgente não se podia perder tempo com concursos extremamente burocráticos que são sempre alvo de polémicas. Aliás não se ouviram críticas nesse sentido.
5. Quanto ao facto do Casino já ter mudado de sítio 3 vezes também não me choca. É apenas reflexo de uma transparência na actuação da autarquia pela qual tanto se reclama. Ao ter anunciado consecutivamente as diversas alternativas, Santana Lopes deu a conhecer ao público a sua linha de raciocínio. Enfim, talvez esteja a ser demasiado optimista.
6. Quanto à última citação digo o seguinte: o problema já não é o Parque Mayer mas sim a arquitectura do casino. O Jardim do Tabaco parece-me bem. Preocupa-me é a falta de interesse demonstrada pela arquitectura do futuro edifício. Teve-se o cuidado de contratar um bom arquitecto para o Parque Mayer. E para o casino? Vai ficar entregue a uma qualquer firma de pronto-a-construir de casinos? Frank Gehry já cá anda há alguns meses a estudar a cidade e os seus cidadãos. Quanto ao casino parece-me que nos vai cair ao colo de um momento para o outro. Assim. Tão rapidamente como se esbanja 10.000€ numa slot machine.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
00:16