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Decorria o ano de 1966 e
Robert Venturi fazia publicar a sua maior obra escrita.
Complexity and Contradiction in Architecture nasceu como um manifesto pós-moderno. Era mais um livro de reação ao já anunciado e pressentido falhanço do Estilo Internacional. Como os outros poderia ter sido apenas mais um. Mas não foi. Muitos anos antes de atingir o reconhecimento internacional devido com o
Pritzker, Robert Venturi pôs no papel a teorização mais consistente pós-moderna. O que mais me fascina no livro é o facto de hoje a sua leitura fazer ainda mais sentido do que então. Ler agora o Complexidade e Contradição é um abrir de olhos espantoso. Tantos anos depois ainda vigora nas escolas de arquitectura o pensamento do Estilo Internacional, ou se quisermos do Modernismo. O Funcionalismo impera. Sim, talvez seja por ser "mais fácil de ensinar", como dizia João Mário Grilo. Realmente ainda se avalia a arquitectura pelos princípios modernos. A clareza e pureza do gesto é tudo. O edifício como máquina. O Racionalismo. E por aí fora.
Complexidade e Contradição é um murro no estômago. Faz um apelo à redescoberta dos significados da forma. A expressão como contraponto da linearidade. É por isso que nos dias de hoje, onde diariamente somos invadidos por imagens de vidro e aço, onde tudo parece ser reduzido à força do mercado, torna-se libertador ler o
Complexidade e Contradição. Dá-nos a vontade de voltar a questionar a arquitectura.
Não sei se a linguagem usada é acessível a todos, mesmo aos leigos em arquitectura. Mas mesmo assim recomendo vivamente a todos essa leitura.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
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