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Soube pelo Acontece que o Siza faz hoje 70 anos. Num livro de escritos editado há pouco tempo (Imaginar a Evidência) o arquitecto confessa que está desiludido com o mundo da arquitectura. Diz no entanto que terá de continuar a praticá-la pois não sabe fazer mais nada. Curioso, um artista caír no beco do artesão, durante uma vida treinou a mão a fazer uma coisa que já não há espaço para mais nada. A profissão mudou muito nos últimos anos (aliás, está em constante mudança). Ultimamente tem-se assistido à imposição das empresas de arquitectura, dos grandes escritórios, das grandes estruturas. O arquitecto-artista (que denominação horrorosa) está em vias de extinção. Pelo seu legado, pela sua poética, Álvaro Siza (como é conhecido no estrangeiro, por cá tratamo-lo por Siza Vieira) é hoje com 70 anos um símbolo de um tempo perdido. Apesar da sua grande produção sempre afirma que é lento a trabalhar. Tem um ritmo muito próprio.
Como poeta do espaço está desiludido. O negócio da arquitectura nunca foi com ele.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
22:57