Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Apesar de saber que o que aqui se fala é sobretudo arquitectura, não resisto no entanto a fazer uma incursão pela 7ª arte.
À bem pouco tempo lia numa revista de cinema a carta de um leitor assíduo que se tinha deparado com uma situação algo estranha mas no entanto sem deixar de ser invulgar: No dvd de matrix , na parte dos extras, vinha um documentário alargado sobre o making off dos efeitos especiais. Ora o mastermind por detrás dos efeitos especiais é o sr John Gaeta e a frase que despertou a atenção do leitor era: "
Somewhere on the line they connected up with John Gaeta", que foi traduzida por : "
algures ao longo do percurso ligaram-se a John Gaita".
Bom, verdade verdade, é que de tão habituado aos frequentes deslizes nas traduções, o caso nem me perturbou particulamente. Acabou por acontecer que duas edições mais à frente a revista publica uma carta enviada por dois tradutores de audiovisuais que demonstram o seu profundo pesar com a situação (até porque se tornou moda a caça aos erros). A carta, para além de ter um tom de queixume irritante, fala sobre a questão acima mencionada. A resposta era muito simplestemente: Como deve imaginar, torna-se particularmente difícil escrever o grafismo de alguns nomes, especialmente se forem nomes invulgares como “Gaeta”. Isto não justifica de modo algum a opção do tradutor por “Gaita”, longe disso, mas há que reconhecer-lhe o mérito de ter tentado fazer o seu trabalho o melhor possível, por forma a que nada faltasse ao seu público.
A resposta parece ser bem elucidativa acerca do estado da nação:
1º - a vida é dificil e quem tenta fazer alguma coisa merece os parabéns (idéia tipicamente portuguesa de que a vida é um sofrimento e de que estão todos contra nós)
2º- fez-se mal?oh, isso não interessa, o que interessa é fazer! (aqui a mentalidade do desenrasca que nos é tão querida)
3º - o facto de o tradutor poder pensar que a melhor forma de satisfazer o público era com Gaita, demonstra que só pensamos numa coisa.
As respectivas cartas podem ser lidas nas edições de Abril e Junho da revista Premiere.
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publicada por Lourenço Cordeiro #
15:34