O PROJECTO

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segunda-feira, junho 30, 2003

 

A Noite

Há certas discussões nas quais às vezes me envolvo que me dão especial prazer. Não porque tenho condições para brilhar e impor-me ao(s) meu(s) interlocutor(es). Mas porque me fazem pensar nas minhas convicções. Uma delas é o já clássico tema viver na cidade vs viver no campo. É claro que muita gente iluminada já produziu pensamentos nesta área que suplantam qualquer argumento que eu possa ter. Um que me vem especialmente à memória é um tirada do (sempre presente no que toca a citações) Woody Allen. Dizia, falando da sua aversão ao campo, a seguinte frase: "I don't trust the air I cannot see". Para quê dizer mais? Hoje falo de apenas um tópico: a noite. A noite da cidade é incomparavelmente mais bela do que a sua congénere do campo. Alguém consegue passar 7 noites seguidas a ouvir grilos a cantar? Pois claro que não. A noite rural faz bem ao stress. É um bom escape. Disfruta-se com prazer quando sabemos que no dia seguinte estamos de volta à cidade.
A noite da cidade é imprevisível. Gosto de ver ruas cheias de gente sob a iluminação dos candeeiros, como gosto de vielas desertas onde mia um gato coxo. O acender das luzes ao fim da tarde/ princípio da noite é um constante deslumbre. Lembro-me que quando fui a NY, em Março de 2000, me recomendaram que subisse ao Empire State Building ao pôr do sol. Ah, não porque esse fenómeno natural seja particularmente belo visto do 77º andar. Não. A maravilha consistia em ver a cidade acender as suas luzes artificiais. Olhar a pique para baixo e sentir essa passagem que tudo muda do dia para a noite foi uma das experiências mais marcantes que já vivi. Nenhuma catarata do Niagara, nenhum pôr do sol numa savana africana, nenhum reflexo de luar numa lagoa, nenhum, mas absolutamente nenhum fenómeno natural irá chegar perto daquele momento.
Porque no campo quando a noite chega, nós abrigamo-nos e permanecemos os mesmos.
Na cidade quando a noite chega nós anoitecemos também. LAC
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