Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Aquando da realização desse desígnio nacional chamado "Expo 98" visitei, como todos os visitantes, os pavilhões situados na "Área Internacional Norte". Hoje chama-se FIL. Foi o maior pavilhão da EXPO e é o maior edifício do Parque nas Nações. Desenhado pela dupla A. Barreiros Ferreira e A. França Dória (Tetractys Arquitectos, Lda), o edifício é constituído por 4 grandes áreas unificadas por uma imensa cobertura ondulada, que confere ao conjunto uma coerência formal. Pode dizer-se que é um exemplo do desconstrutivismo em Portugal, pela maneira que vai desmontando constantemente os volumes, procurando novos espaços.
Num país como Portugal não é fácil ir por aqui. A
arquitectura portuguesa é principalmente uma
arquitectura culturalista, em oposição a uma
arquitectura tecnológica. O arquitecto Domingos Tavares fala com clareza destas distinção traçando a geografia da separação, conotando a cultura anglo-saxónica com a tecnologia e a cultura mediterrânica com o fenómeno culturalista. Isto para explicar uma certa estranheza natural que um povo como o nosso pode receber este tipo de arquitectura.
Estava eu calmamente junto ao pavilhão quando ouvi a seguinte frase: "Isto
apesar de não ser tradicional até é agradável".
Só hoje percebi que isso era um elogio.
A arquitectura precisa de tempo para se enraizar. Não é um fenómeno estético de moda. Só assim se percebe esta resistência intrínseca à contemporaneidade.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
15:40