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A Arquitectura como Arte (2)
O que separa a arte do artesanato é a mensagem. Quem cria uma obra de arte comunica algo. Essa criação vem de uma vontade de exprimir alguma coisa que não é exprimível por outros meios. A obra de arte é assim muito mais um
veículo do que um
objecto. Tem significado. Por isso me faz sempre muita confusão ver arte exposta sem nenhum critério, desvirtuando esta sua identidade. O carácter romântico que se dá hoje em dia à obra de van Gogh, por exemplo, nada tem a ver com o propósito da sua criação. Aquilo que é comunicado pode ser mais profundo, mais interventivo, ou mais mundano, mais relaxado. Mas há sempre algo que é comunicado. No artesanato isso não acontece. O objecto pelo objecto. A arquitectura tem este compromisso. Um edifício é sempre reflexo do sítio, da envolvente, da cultura, do clima, do uso, das pessoas. E é também uma provocação/ intervenção a isto tudo. Por isso é que não se pode descontextualizar um edifício, copiando-o, reproduzindo-o. Por isso também não se pode construir ao "modo de" ou "à época tal". Aqui entramos no campo do artesanato. O arquitecto reduz-se ao artesão que aprendeu o mecanismo e sabe reproduzi-lo. A vivência de um espaço construído por parte de todos nós, deverá constituir-se como uma experiência única. A impressão que nos é feita é resultado daquilo que é comunicado. Só assim a cidade poderá ser um fenómeno vivo. De outro modo ou se transforma num parque temático ou perde qualquer identificação com a vivência humana. A
Segunda Natureza.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
17:55