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O
Minimalismo falou nisto. Um dos grandes problemas da crítica da arquitectura é o seu excessivo autismo. A crítica não deve confundir-se com a teoria. Quem escreve uma crítica de arquitectura, quando fala sobre um edifício, deve ter presente a preocupação de fazer divulgação da arquitectura. Em Portugal os textos das revistas centram-se nos arquitectos. A preocupção de quem escreve é não ficar mal perante a classe. Muitos dos textos, em vez de fazerem uma análise objectiva e clara sobre uma obra construída, constituem-se eles próprios como peças que precisam de ser desmontadas e analisadas. Isto é um absurdo. O papel do crítico deve ser o de desmontar os códigos arquitectónicos de modo a aproximar o leitor (o leigo) das problemáticas do espaço construído. Vemos isso em Inglaterra onde revistas como a
Architectural Review publicam textos muito mais interessantes e mais claros do que os que se fazem em Portugal. Os seus editoriais são verdadeiros exemplos de serviço público. E a arquitectura é sem dúvida um serviço público. A crítica deveria contribuir para a formação da consciência pública, para a sensibilização colectiva das temáticas do ambiente urbano. Mas não. Nós por cá enrolamos e enrolamos os textos, enrolando a leitura. Há exemplos que são absurdamente narcísicos. Já não bastava a atitude de pavão de alguns arquitectos, também temos de levar com a ostentação ridícula de quem escreve. Segundo este raciocínio faço um elogio à Arquitectura e Vida, que recusa essa guetização discursiva, fazendo um sério esforço de divulgação da arquitectura.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
15:10