Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Com algum atraso lembro a discussão lançada no
Abrupto sobre as estradas de Portugal. Isto lembra-me uma outra história que já ouvi algumas vezes. Na mesma onda da agressão paisagística das estradas, e extrapolando a discussão para uma ambiente mais futurista, coloca-se a questão: o que será das auto-estradas quando acabar o tráfego rodoviário?
A pergunta pode parecer sem sentido. Mas não é. Não sabemos quando, se mais cedo se mais tarde, mas sabemos que provavelmente o carro como nós conhecemos hoje irá desaparecer. As autoestradas são as maiores construções feitas pelo homem. Todo o planeta está coberto por uma rede enorme de asfalto. Como já falei noutro post, estas estruturas não têm outra finalidade senão o tráfego rodoviário.
O fenómeno que
JPP descreve e que o
Aviz também faz eco, o abandono das estradas nacionais e consequente desertificação que apenas deixa "
as coisas que sobram", terá consequências muito mais graves quando atingir as aoutoestradas. Uma massa brutal de asfalto e betão obsoleto.
Realmente este cenário poderá nunca vir a acontecer. Sinceramente não acredito. O transporte rodoviário é o mais caro, o mais inseguro, o mais poluente. Não acredito que prepetuará.
Depois destas premissas chegamos ao mais interessante. Tentemos fazer um paralelismo com os Castelos Medievais. Foram construídos para proteger, matar, criar barreiras. Eram sítios de terror. Despejavam-se barris de azeite a ferves, lançavam-se bombas de ferro, matavam-se pessoas. A sua imagem nada tinha a ver com o ambiente romântico que hoje lhes atribuímos. Sofreram, através da extinção da sua função, uma mutação de significado. Acntecerá o mesmo com as autoestradas? Tornarão-se símbolos de uma era tecnológica específica? O que acontecerá ao território?
Quem costumo ouvir falar sobre este assunto é o arq. Carrilho da Graça. Diz ele que numa conferência que dava à Associação dos Amigos dos Castelos, lembrou-se numa possibilidade bastante caricata. Será que iremos ter um dia a Associação dos Amigos das Autoestradas?
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
15:33