Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
O exemplo Holandês deve ser tomado a sério. Naquele país houve uma séria aposta na divulgação da arquitectura. Basicamente qualquer holandês sabe que por cada obra que constrói pode publicar um livro. Não é um absurdo. É um reconhecimento por parte do Estado ( e por Estado entenda-se sociedade pública também) das potencialidades culturais de identidade nacional que a arquitectura transmite. Hoje a Holanda está na moda. A sua arquitectura está na moda. Pasasndo por cima das óbvias implicações negativas que isto traz (a arquitectura não é nem pode ser um fenómeno de moda), com a Holanda podemos aprender muito. Pego como exemplo em Siza Vieira (porque é um nome reconhecível). Diz o arquitecto que hoje em dia tem mais obras fora do País do que em Portugal. Porquê? Porque simplesmente não tem encomendas em Portugal. Isto é um absurdo. Costumo dizer a quem me pergunta o porquê do sucesso do arquitecto, ou se ele é realmente bom, escolhendo uma frase redutora e forte, que "o Siza está para a arquitectura portuguesa como a Amália está para a música." Repara-se que eu não digo "a obra do siza". Essa, como qualquer trabalho arquitectónico, está sujeita a interpretações variadas. A sua obra não gera concensos. Mas isso não importa. Deve realçar-se a projecção que o homem dá ao País. E nós por cá queremos lá saber. O Estado quer lá saber. Para ilustrar o que digo transcrevo um parágrafo da crítica feita na
Architecural Review ao Pavilhão de Portugal na exposição de Hannover (parceria com Souto Moura):
«The Portuguese Pavilion is perhaps an argument for expos. Here is a small and rather poor country making an exquisite, imaginitive, economical thnig, and showing up the stupidity of the blundering bureaucratic taste of big rich nations like the Germans and French (not to speak of the appalling market mediocrity of the British). It simultaneously demonstrates deep traditional appreciation of materials, light and space, and a lively and understanding of the potentials of modern technology, without swanking about them. In its modest gentle way, it is a triumph.»
Assina Peter Davey, director da influente revista. Conclusivo.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
15:31