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Muitas vezes a arquitectura constitui-se como manifesto político. Não apenas como manifesto social mas como manifesto ideológico. Já aqui falei do desconforto que me causa esta colagem frequente à esquerda, dando ares de superioridade moral e social. Não gosto e repudio. No séc. XX houve no entanto um marco fundamental na história revelador desta colagem. Falo do impulso modernista, o estilo internacional, e a sua inspiração nas utopias socialistas. Principalmente no que ao urbanismo diz respeito, esta associação produziu muita teoria, muitas obras, muitos dos conceitos que ainda hoje tomamos como importantes na arquitectura. Felizmente soubemos perceber que o socialismo utópico falha, gera regimes desequilibrados não democráticos. Infelizmente na arquitectura ainda se perseguem ideologias passadas, utopias desfasadas da realidade. Na verdade isto não é bem assim. O que é realmente posto em prática já pouco tem a ver com os sonhos de cidade socialista, de cidade-comunidade igualitária. Mas o discurso arquitectónico ainda vive apoiado nestes princípios.
Como será a arquitectura de direita (por favor ler de direita, ou não esquerda, e não extrema direita, é o mínimo)? Ou será que existirá mesmo teoria urbanística coerente apolítica? O que será o liberalismo urbano? Será diferente do capitalismo especulativo? Que papel para os planos no século XXI? O socialismo falhou, e agora?
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
15:11