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Viver na periferia, ou nos arredores, é peculiar. Só o nome dá que pensar. Periferia de quê? Porquê? Em Lisboa a situação está fora de controlo. Apesar de estarmos num período de relativa estagnação, a periferia de Lisboa cresceu muito e muito depressa. Se planeamento, sem política, sem desenho. Era para ser apenas um dormitório, isso é verdade, e como dormitório não lhe era exigido muito. E tinha um impulsionador forte, uma razão incontornável: o preço. Realmente era mais barato comprar casa na periferia. O preocupante é que isso já não é tão verdade assim. Mas adiante.
O centro das cidades fora ocupado pelas empresas. As pessoas fugiram e foram para a periferia. Agora as empresas vão para a periferia, disfrutar das vantagens que a habitação já conhecia: mais espaço, menos dinheiro. E constróiem-se os Parks. Mas isto é numa periferia, a que reúne algumas condições, a que não envergonha os administradores. A outra está cada vez mais selvagem, desordenada. O suburbano tem aí razão de ser. Aí o periférico também quer dizer marginal.
O espantoso é a proximidade. Pensamos que isto se passa lá longe, mas é já aqui ao lado. E é revoltante ver o centro desocupado. Basta percorrer a av. da República ou a Baixa para sentir isso.
A Cidade está a mudar. Eu já estive em S. Paulo, e não estou a gostar nada disto.
publicada por Lourenço Cordeiro #
12:33