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Parece que anda aí um movimento anti “lindo” e anti “bonito”. Pelo que percebi é uma coisa superficial de se dizer (pelo menos na arquitectura). E eu concordo, qualquer um parece muito mais intelectual a dizer coisas profundas. O dizer-se “é bonito, é muito bonito” acerca de uma qualquer arquitectura parece entrar no campo do gosto, da imagem ou da "cosmética".
Devia dizer-se sempre qualquer coisa como “o edifício estabelece uma relação íntima com o utilizador através da linguagem e escala utilizadas”. O que por acaso na minha opinião até resulta bem melhor ao dizer “é muito bonito”. A crítica inteligente existe porque se quer traduzir ou “tomar consciência de” uma série de características que se crê que o objecto arquitectónico tem. Creio não ter sido o único a notar que por vezes quanto mais se quer dizer, mais afuniladas vão ficando as nossas palavras e mais injusto é o comentário, parece que há algo no que se vê, no que se percebe e se sente que não é traduzido no que se diz. E aqui é conveniente dizer “é mesmo muito bonito”. Falo no assunto porque ao ver recentemente
in situ a Casa do Chá do arq. Siza Vieira o único comentário que parecia fazer jus era mesmo este, quando se sabe que é bom, que a arquitectura tem uma forte presença e que há uma dimensão qualquer que nos ultrapassa e ultrapassa a secura das palavras pretensiosas então diz-se que “é mesmo muito bonito”. Isto digo eu, qualquer dia ainda me dizem que “giro” também não tem nada de mal.
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publicada por Lourenço Cordeiro #
15:32