Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Esforço estranho o de não se pretender que os edifícios sejam sempre a mesma coisa. Durante a fase de projecto o arquitecto esforça-se por colocar o máximo de pessoas possíveis nos desenhos: famílias percorrem os vários locais, qualquer espacinho parece uma festa, aprazível para se estar. Até há as conhecidas imagens idílicas que vendem a arquitectura e mais uma ou duas coisas ( porque se tiver este apartamento vou ter uma mulher assim como a da imagem, um iate, um carro...o apartamento é o menos).
Depois da coisa terminada vai lá o fotógrafo (que por acaso trabalha para uma revista de arquitectura) e tira umas imagens impecáveis, tudo lisinho, "branco", a brilhar e...sem pessoas nenhumas. Ah, já sei, assim vê-se melhor a arquitectura, quando não há pessoas a utilizar o local e a incomodar. O que se mostra é uma pequena mentirinha: não há revistas em cima da mesa, ninguém come ou produz lixo e claro, não há miudos a testar a "resistência dos materiais". Por vezes é uma revelação quando se começa a perceber a escala dos projectos, "afinal de contas aquilo é pequenito". Interessa lá que a fotografia seja
XPTO, o que interessa é que o que é construído só atinge a plenitude quando confrontado com o utilizador.
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publicada por Lourenço Cordeiro #
20:17