Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
No sábado a Sic Notícias convidou o vereador Pedro Pinto e Helena Roseta para uma discussão sobre o Parque Mayer. Em sub-título lia-se «PS questiona processo Parque Mayer» (ou parecido). Ao que parece a deputada socialista entregou na Assembleia um requerimento (ou seja lá o que fôr) pedindo explicações sobre a atribuição directa do projecto a Gehry. Questiona a não existência de concurso público. Agora.
O problema não está nos objectivos de Helena Roseta, bastante nobres, de defesa da lei. O problema, e não é de agora, está na confusão que se gera quando Helena Roseta fala para a opinião pública. Repare-se: a Bastonária da Ordem dos Arquitectos faz uma intervenção sobre um assunto do âmbito da arquitectura na condição de deputada. Ela bem o frisou «não estou aqui em nome da Ordem (...) a Ordem não é para aqui chamada (...) estou aqui em nome individual, não do PS.» Como é isto possível? Aliás a confusão começa na sua cabeça. Depois de clarificar (?) a sua posição deixa escapar um «como arquitecta não aceito que Gehry seja o único arquitecto capaz (...)» Este episódio foi tão pouco claro que a Clara de Sousa chegou a apelidar Helena Roseta de engenheira...
Foi uma intervenção triste. Preocupa-me que como Bastonária não tenha nada a dizer sobre o processo, mas como deputada da oposição já a mostarda lhe suba ao nariz. A situação é muito clara: a nossa Bastonária está mais interessada em fazer política do que em defender os interesses da classe, de representar os arquitectos, de defender Lisboa.
Impõe-se questionar se Helena Roseta não está a usar a Ordem para projecção individual, sob o pretexto de ser benéfico possuir um lugar na Assembleia para a Bastonária, estando assim garantida uma melhor defesa dos interesses da OA.
A arquitectura deve ser apolitizada.
Não me venham com tretas jurídicas. É uma questão de princípio.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
16:27