Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Só agora reparei que o
Lutz ficou desiludido por eu ter apoiado o texto do
Crítico sobre as torres. Ora bem, convém esclarecer uns pontos.
1. Não nego que é da maior importância questionar qualquer intervenção na cidade plural, seja do pato bravo, seja de um grande nome. Não excluo Siza, nem sou um fã incondicional do arquitecto portuense.
2. Ainda ninguém conhece o projecto. Apenas a ideia. E a ideia, em abstracto, agrada-me. Ficam por discutir os pormenores. A única pessoa que estudou o assunto a fundo foi o próprio Siza. Isso dá-me alguma segurança.
3. O texto do Crítico, expressões mais ou menos discutíveis à parte, basicamente é uma ode ao génio, e uma crítica cerrada a esta mentalidadezinha portuguesa do «a mim ninguém me engana». Temos uma dificuldade enorme em aceitar e reconhecer o valor da nossa gente, dos nossos heróis, de quem muito faz pelo bom nome de Portugal. Tirando o futebol, o reconhecimento público da excelência não existe.
4. Goste-se ou não da sua obra (interpretação subjectiva), Siza é já hoje um enorme cartão de visita do nosso país. Ganhou esse respeito pelo seu trabalho e devíamos estar-lhe grato. Quando o acusam de estar ao serviço do interesse imobiliário comete-se uma grande injustiça. Nas torres em questão, se Siza tivesse optado pela solução
PDM, dos 13 blocos de 8 pisos, provavelmente já estariam em marcha e o promotor estaria já a engordar a conta bancária.
A solução das torres não benificia financeiramente o promotor.
5. Por isso aplaudo o Crítico. Porque toma essa atitude politicamente incorrecta de glorificar o trabalho de outrém, apelidando-o de génio, oh! coisa infiel! Não admira que este país esteja deprimido. O sentimento do «lá fora é tudo melhor» é incombatível. Instalou-se e pronto. Portugal é uma merda, nada a fazer.
Tenho dito.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
12:22