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O
Pedro Jordão prometeu desenvolver a questão da
violência na arquitectura. Ainda bem, gosto do Epiderme quando sai do seu domínio mais
erudito e expõe mais abertamente a sua opinião. Por isso acrescentava uns pontos sobre a minha discordância, na perpectiva que isso ajude a resposta prometida.
1. Entendo que a
violência na arquitectura diz respeito à sua condição de arte, que provoca essa incomodidade já referida. No entanto sei que a arquitectura não deve ser uma característica das construções de excepção, mas sim ser uma actividade apurada que se investe em toda a construção.
2. A violência não nos deixa a opção de ser indiferente. Obriga-nos a reagir. Isso é extraordinário em obras notáveis. Contudo é desgastante e contraditório da condição urbana exigir essa característica a todas as manifestações arquitectónicas.
3. Ocorre-me uma interrogação de outro tipo. Se o
habitar é um processo de familiarização do ambiente, então essa
violência que nos habita não será uma situação temporária? Não será o
habitar um sucessivo domesticar do que nos violenta?
4. Deixo, pelo que vale, a definição de violento. Talvez ajude a mostrar porque tenho dificuldade em aplicar o conceito à arquitectura.
LAC
do Lat. violentu
adj.,
que procede com ímpeto;
em que há emprego de força brutal;
veemente;
irascível;
arrebatado;
colérico;
fogoso;
tumultuoso;
intenso;
contrário à justiça ou à razão.
publicada por Lourenço Cordeiro #
12:14