O PROJECTO

Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:

blog_oprojecto@hotmail.com (com minúsculas)

quarta-feira, abril 28, 2004

 

O bom Frampton

Introdução ao Estudo da Cultura Tectónica. Cadernos de Arquitecura, 1998, publicação parcial

«Apesar de toda a sua marginalidade a cultura tectónica possui ainda um resistente núcleo residual (...)», começa assim Kenneth Frampton (o bom professor, como lhe chama Paulo Martins Barata no prefácio) o epílogo do seu Studies in Tectonic Culture: The Poetics of Construction in the Nineteenth and Twentieth Century. Desde que Schmarsow afirmou «a arquitectura é arte na medida em que o projecto do espaço se sobrepõe ao projecto do objecto», em 1897, a cultura tectónica foi sendo empurrada para essa marginalidade. A «pura visualidade» de Corbusier, o movimento, a acção. Pelo caminho fica a ideia («insustentável para alguns», diz PMB) de que «o edifício é antes e acima de tudo algo de construído e só posteriormente um discurso abstracto sobre superfície, volume e plano.» Num tempo onde a evolução tecnológica empurrou a arquitectura para um sentido colectivo e de trabalho de equipa, onde o grande esforço é conseguir que nada saia do controlo, torna-se fundamental olhar para a construção pelos olhos da cultura tectónica. «Não pedimos para ser seres eternos. Pedimos apenas que as coisas não percam o seu significado.» Esta citação de Saint Exupéry abre a publicação portuguesa da «introdução e epílogo» desta obra de Frampton, iniciativa de Paulo Martins Barata com a Ordem dos Arquitectos. Mais de 300 páginas ficam pelo caminho, à espera que um «editor decida viabilizar a tradução da obra completa». Frampton «constroi talvez um dos últimos “grandes sistemas” de interpretação da história da arquitectura moderna neste final de século», afirma PMB. E é uma interpretação polémica. Tão polémica que no referido epílogo o bom professor arrisca afirmar: «Não há talvez arquitecto que melhor demonstre o potencial da prática reflexiva que Renzo Piano (...)», rematando a obra com uma citação do engenheiro de Piano, Peter Rice. Um dos dos últimos “grandes sistemas” termina com palavras de engenheiro? Heresia, heresia... LAC

Comentários: Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]





<< Página inicial

Arquivos

junho 2003   julho 2003   agosto 2003   setembro 2003   outubro 2003   novembro 2003   dezembro 2003   janeiro 2004   fevereiro 2004   março 2004   abril 2004   maio 2004   junho 2004   julho 2004   agosto 2004   setembro 2004   outubro 2004  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]