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A humanidade divide-se em dois: pessimistas e optimistas. Está claro que um criador deve ser, em teoria, um optimista. Senão, cria para quê? É por isto que a arte é geralmente descrita como sendo de esquerda (e acabaram as referências políticas neste post, juro). Eu sou pessimista. Como cristão acho que não há remédio. O pessimismo antropológico tem dois mil anos. Caramba, se nós O matámos! Não tenho qualquer confiança em grupos e multidões. Quando vejo um aglomerado humano coerente desconfio. Pessimista, portanto. Mas, e a arquitectura? Pode um arquitecto ser pessimista? A arquitectura ainda é, como disse uma vez, um meio de nos redimirmos do mundo. Por isso não vou em cantingas: revoluções sociais deixo para outros. Faço as minhas escolhas: Frank Lloyd Wright em deterimento de Corbusier; Fernando Távora em determimento de Teotónio Pereira; Renzo Piano em deterimento de Koolhaas. Politicamente incorrecto? Obtuso? O que quiserem, mas quem não escolhe não sente. E se ambiciono agradar terceiros e tornar a sua vida um pouco melhor, isso nada tem a ver com optimismo. Chama-se humanidade. Mantermo-nos à tona de água. Respirar. Fomentar o sorriso. Porque se nos levarmos demasiado a sério começamos a reparar que o mundo é um sítio de merda. E ficamos rezingões, amargurados. E depois só resta «ir para cima de um monte com uma metrelhadora na mão e desatar aos tiros». Revoluções sociais: naah...
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
15:48