Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Gosto muito da obra de Renzo Piano. Invejo-o. Tem tudo aquilo que alguém pode desejar: uma carreira sólida, um local de trabalho fabuloso, uma equipa de amigos, dinheiro para poder sustentar os vícios (como os 4 barcos), e uma mulher mais nova (eer... ok, talvez não seja politicamente correcto dizer isto, mas que se lixe). O senhor diz-se de esquerda. Mas as contradições são muitas. Primeiro: os 4 barcos. Que raio de esquerdista tem 4 barcos? Não chegava um? Assim à pescador da Nazaré... Depois: a sua ferverosa defesa da cidade tradicional. Cheira-me a impulsos conservadores. Ainda: diz (a propósito da sua relutância inicial em concorrer ao Pompidou) que não acredita num centro de arte gerido pelo estado. Então o que defende? A arte promovida por particulares? Que grande capitalista me saiu este tipo. Ainda mais: o seu experimentalismo arquitectónico não tem reflexo num experimentalismo social, se quisermos. Diz abertamente que tenta inovar na arquitectura, mas que não quer mudar o mundo. E, meus amigos, chegamos ao
bottom line: afirma-se (e quem o conhece confirma) um "não intelectual".Ora bem, arquitecto de esquerda que não é um "intelectual" trai a sua condição. Se não tivesse os barcos, bom, ainda se perdoava. Mas definitivamente os barcos deitam tudo a perder.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
21:14