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Manuel Salgado omnipresente da imprensa deste fim-se-semana: uma entrevista ao Independente (sem link porque a página é uma miséria) e um artigo no Expresso (sem link porque é a pagar) com o sugestivo título «Já pensou como poderia ser Lisboa?» Esta pergunta deveria ser posta todos os dias. Como diz MS:
«Já pensou como poderia ser Lisboa com uma extensa frente ribeirinha livre de construções e transformada num passeio público onde se pudesse passear, brincar, fazer desporto, pescar ou... namorar?» Não é preciso uma grande dose de imaginação para idealizar este cenário. Mas, infelizmente, as decisões sobre a cidade estão entregues a
«uns poucos funcionários superiores nomeados pelo Governo (...)». A cidade precisa de uma política objectiva e coerente, sem medo de ser acusada de ser anti-democrática (que grande disparate esta ideia do referendo!). Mas a nossa língua não distingue os conceitos de «politics» e «policy». E em vez de termos uma política sobre Lisboa, temos um conjunto de politiquices. Eu gostava de ver essa Lisboa de que nos fala MS. Mas tenho muito poucas esperanças. Por isso agrada-me ler da parte de MS frases encorajadoras:
«Sou um optimista por natureza e acredito que algo de extraordinário ainda pode ser feito.» Tanto sururu sobre uns objectos que se querem plantar à beira-rio, mas ninguém se parece importar com a tutela desastrosa (para a cidade) da APL sobre a área ribeirinha. Contentamo-nos com umas reabilitações pindéricas à laia das Docas? Uns quantos bares e restaurantes sobre o rio? Descontinuados, isolados, mal relacionados. Não admira que se tenha construído essa ideia maléfica de que Lisboa tem uma relação com o rio puramente «visual», e de «proximidade», recusando um contacto directo. Que falta de ambição! A margem ribeirinha está aí para ser conquistada. Sobre isto vale a pena conhecer o trabalho que recebeu o segundo lugar no Prémio Jovem Arquitecto Paisagista 2003, publicado na edição de Maio da Arquitectura e Vida. É uma proposta de um possível passeio ribeirinho de que fala Manuel Salgado, que impressiona pela sua clareza e evidência. Parece tão simples...
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
17:43