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Pensar sobre a cidade não é fácil. A tentativa de racionalizar, argumentar, esquematizar pensamentos sobre algo que nos toca emocionalmente é violento. Porque a cidade nunca é abstracta. Os seus problemas não têm soluções, têm abordagens. E por isso se discute tanto. Todos falam, todos opinam, todos sentem. Nos inquéritos de rua, quando o assunto é a cidade, raramente se ouve um «não sei». Porque todos sentem a cidade como sua. As memórias que se construiram nas ruas, praças, jardins, recantos, miradouros, tornam invariavelmente a cidade numa coisa nossa. Mas há quem tenha de se afastar. Olhar de cima para baixo, de fora para dentro. E, racionalmente, tentar decidir. Numa atitude cínica, mostrando uma falsa segurança. Jogando com representações mais ou menos abstractas, com números e índices, como se a cidade se usasse, em vez de se viver. É uma árdua e ingrata tarefa.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
15:02