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Já está. Cruzinha feita. Não votei em branco, o nobel que me perdoe. Que me perdoe duplamente, não tendo eu contemplado com a cruzinha a lista a que o senhor pertence. Que me perdoe triplamente, não tendo conseguido eu ler nenhum dos seus escritos. Por outro lado, devo perdoar a junta, de freguesia. Para exercer o meu direito (ou dever?) sou (eu e todos os outros) convidado a subir dois andares, a pé, que nunca fez mal a ninguém. No estreito corredor do edifício na rua da Imprensa Nacional, cruzo-me com um eleitor já de seu direito (ou dever?) cumprido, nada mais nada menos do que o presidente do Sporting, de pólo verde como não poderia deixar de ser. «9466, Lourenço Ataíde Cordeiro», «confirma», «confirma». Fico sempre maravilhado a contemplar o boletim de voto, descobrindo movimentos e associações que a memória já se treinou para ignorar. Parafraseando Rui Reininho, «já nem sei em quem votei», apesar de saber muito bem em quem votei. Devo dizer que tudo me pareceu decente. As pessoas na rua, cruzando-se, guardando ou retirando os BIs e os cartões de eleitor, num processo muito cívico. Olho para as suas caras e tento adivinhar em quem votaram. Um sujeito carrancudo, baixo, zangado com a vida. «PS?» Um homem de cabelo lavado, bom aspecto, bronzeado e sorridente. «Força Portugal». E assim foi, escrevo estas linhas à espera do fim da tarde, à espera da Constança, do Miguel e do Marcelo na TVI (a SIC poderia fazer-nos o favor de voltar a juntar António Barreto e Pacheco Pereira, como nos bons velhos tempos). Estou tranquilo. Já votei.
publicada por Lourenço Cordeiro #
16:17