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Hoje é dia de Metallica no Rock in Rio. Não vou porque já fui, no Jamor em 99, e porque não "arranjei" nenhum bilhete (parece que toda a gente "arranja bilhetes"). Mas não me coíbo de escrever.
Eu não gosto de heavy metal. Os meus amigos acham que sim, porque oiço algumas bandas que se enquadram nessa definição. Mas eu não tenho interesse nenhum por letras negras e furiosas guitarradas, exceptuando quando a qualidade está presente. Isso acontece com supremacia no ajuntamento da California. Lança-se então a suspeita sobre o meu gosto. Devo preferir os Metallica comerciais, ou melódicos. Nada disso. Acho que desde o And Justice for All foi sempre a descer. Aliás, o período 1986-88 é os Metallica: Master of Puppets, And Justice for All. Um com Cliff Burton, outro com Jason Newsted. Os albuns anteriores são verdes (o Kill 'Em All no que à produção diz respeito, o Ride the Lightning no que à criatividade diz respeito); os posteriores reflectem a chegada ao mainstream. Os rapazes têm um novo álbum, marcado pela experiência de James Hetfield na clínica. É agressivo, rápido, cru. E é uma resposta à sua suposta comercialização. Conscientes do que vale, é pouco tocado na actual tour. Mas os Metallica representam boa parte da minha juventude (bom, ainda sou imberbe, mas cresci um bocado). O que não quer dizer que a sua música seja para putos. Nada disso. Os Metallica são a banda de heavy metal que levou o ofício mais a sério. As suas prestações em palco são profissionalíssimas; a sua atitude nunca reflete falta de respeito por ninguém (tratam o público sempre por "friends"). Não são violentos (Kirk Hammett, o guitarrista, é hoje surfista e ouve Reggae), apesar da imagem que se possa projectar. São uns senhores, hoje de quarenta anos. Devo-lhes muito, muitas horas agarrado a uma guitarra. Com o volume sempre muito alto. Porque não se pode ouvir Metallica sem o volume muito alto. Os Metallica são a primeira e última banda de heavy metal. Estimem-nos.
LAC
publicada por Lourenço Cordeiro #
16:57