Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Esta situação toda baralha-me. Que eu não compreendia muito bem a Europa (a doze, a quinze, e muito menos a vinte e cinco) já sabia. Mas as reacções de quem supostamente a compreende a toda esta situação contribuem para o meu estado de confusão. Vamos por partes. A Europa, como união, existe para que os estados membros se entendam, e façam dessa união algo mais do que a soma das partes. Como tal, a Europa coloca-se um patamar acima dos interesses nacionais na hierarquia de prioridades. Acho que não digo nenhuma asneira. Acontece que, para a escolha do presidente da Comissão, apenas um nome parece reunir consenso entre os vários "blocos", ou grupos de interesse. Como não é fácil que todos se entendam, a simples existência de um nome que gera consenso deveria ser um facto de louvar, um acontecimento fundamental na vida europeia. Esse nome faz parte do governo de um pequeno país. Tudo bem. Será que Durão Barroso poderia dizer simplesmente "não"? "Passem bem"? Quando é reconhecidamente um europeísta? E aqueles que defendem a Europa, que louvam a Europa, porque se dizem "traídos"? Afinal, é só garganta, como diz o povo. Num momento crucial da vida europeia assobiam para o lado e defendem a recusa de Durão, devido a "interesses" nacionais. E os "interesses" europeus? E a divisão profunda entre o eixo Franco-Alemão e os Atlantistas? Não interessa? Pelos vistos, o "défice" português sobrepõe-se.
Repare-se que não me interessa a situação nacional. Ou melhor, interessa-me, mas não é para aqui chamada. Só demonstro a minha preplexidade pela capacidade que a Europa tem de desfazer um governo de um dos seus estados membros. Tranquilamente. Será isto sinónimo de "estabilidade"?
publicada por Lourenço Cordeiro #
11:03