Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Ando na rua. Ordeiramente, sem nada que me evidencie. Sou mais um na multidão. Passo por eles todos, cada um com a sua história. Mas a verdade é que não me interesso. Por nenhum deles. Não quero saber dos seus problemas. Das suas angústias. Das suas alegrias. Das suas desilusões. Mais: faço questão em não saber. Repudio-os. Mas preciso deles. De cada um, como é, diferente, único. Preciso de partilhar a escada rolante do metro. Preciso de estar ao seu lado na passagem de peões. Preciso que eles existam para os poder ignorar. Fazer de conta que não estão lá. Preciso de ignorar. E só a cidade me dá isto. A possibilidade de ignorar.
publicada por Lourenço Cordeiro #
18:57