Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Folheio revistas e publicações da especialidade. Vejo imagens de sedução, de mero prazer, de manipulação da côr, de paredes sem sentido. A ser objectivo, dir-se-ia que tudo não passa de «arquitectura de revista», onde o sonho cabe no formato editorial. Mas continuo a passar os olhos por estas páginas e não consigo evitar um «porque não?» Não encontro razão para que a arquitectura não seja feita de caprichos e manias incontroláveis, de desejos sem explicação, que ficarão sempre por explicar à falta de palavras. Talvez seja esta a questão: nos últimos anos a arquitectura colou-se demais às palavras, ao argumentos, ao raciocício, à lógica. Pretendo um regresso à arquitectura impronunciável. Se possível que radicalize posições. No fundo, o que pretendo é o fim da crítica. Que não seja possível escrever sobre arquitectura. Que não seja possível manter um blogue sobre arquitectura. Que não seja possível capturar através da fotografia as sombras que se projectam nas superfícies brancas. Declaro o fim de toda a argumentação espacial. É melhor parar por aqui, mais cinco minutos disto e declaro o fim do blogue. E isso é que não pode ser.
publicada por Lourenço Cordeiro #
13:15