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A arrogância de quem se achava «sem dúvida o melhor arquitecto vivo». Uma figura altiva, distante, senhorial. A sua história de vida completamente louca. Dá a impressão que passou por tudo aquilo sempre de chapéu e sobretudo, de bengala na mão apontando nas obras. Esteve-se a marimbar para o «modernismo» de Corbusier, da abstracção e das formas puras. Em vez disso, agarrou-se à terra como faziam as suas casas da pradaria, e bebeu de todas as simbologias e texturas possíveis. Um dia um cliente telefonou-lhe, dizendo que chovia na mesa da sala de jantar. Wright não hesitou: «mude a mesa de lugar». Acusaram-no de não ser moderno, de não saber ser moderno. Comparavam-no a Corbusier nessas acusações. Sobre Corbusier ironizou: «Well, now that he's finished one building, he'll go write four books about it.» E com isto relativizou a propaganda.
O seu canto de cisne foi demolidor. Pressentindo a morte, decide "conceder" às críticas. E propõe-se a desenhar um "edifício moderno". Em 1959, apenas alguns meses após a sua morte, abre ao público o Guggenheim de Nova Iorque. Se Corbusier teve alguma decência, corou.
publicada por Lourenço Cordeiro #
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