Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Desde que Alberti e Palladio se abriram a uma audiência internacional (ainda que Ocidental), os arquitectos têm procurado empregos e reconhecimento bem fora da sua comunidade e clientela locais. Lidando não só com a construção de edifícios mas também com o mundo das ideias, os arquitectos (e artistas) tornaram-se rapidamente os pares sociais e intelectuais dos seus mecenas aristocratas. Também criaram uma rede, então continental, agora global, de crítica e publicação, onde os livros, os prémios, e as revistas são frequentemente o verdadeiro local de competição e status. E onde a fotografia - e recentemente a imagem digital - é priviligiada, às vezes mais do que e às custas do verdadeiro objecto. Se a rede global de hoje é electrónica, a rede local tem de incluir uma existência pública diversa, cara-a-cara, cada vez mais essencial quando as comunidades se polarizam.
Haverá sempre procura para edifícios de assinatura das grandes estrelas internacionais, devido ao seu elevado nível de talento. (Nós, os académicos, esquecemo-nos do díficil que é desenhar e construir um edifício de qualidade.) Seria culturalmente mais enriquecedor se estes edifícios de assinatura enveredassem por uma atitude de diálogo com os valores, tradições e sensibilidades locais (ex: o Centro Cultura da Nova Caledónia de Renzo Piano.) Projectos que são específicos para um sítio, clima, cultura, história, materiais de construção, e práticas determinadas - o que já foi chamado de Regionalismo Crítico - põem em sentido a força das grandes marcas globais.
publicada por Lourenço Cordeiro #
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