Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Ora bem. Devido a um acaso que não se explica, foram ontem publicadas as seguintes frases:
«Querem lá saber que tenhamos estado uma noite inteira no atelier a resolver questões de milímetros?, (acreditem que já o sucedeu comigo).»
«Architecture has always represented the prototype of a work of art the reception of which is consummated by a collectivity in a state of distraction.»
Isto, meus amigos, explica tudo, tudinho. Um gajo mata-se a trabalhar para conseguir que a porta fique alinhada com a porra da grelha da ventilação, que por sua vez alinha com a janela, que por sua vez torna o alçado comprometido, que por sua vez implica que a estrutura rode 30º, que por sua vez leva a que as escadas deixem de ter um patim de 1,20m para ter um patim de 1,25m, enquanto as áreas do programa se encaixam todas, levando, obviamente, a que o projectista tenha um esgotamento. Mas, milímetros? Sim, mi-lí-me-tros. Para quê, olha a merda, para quê? A distracção de Benjamin é tão certeira que não percebo porque continuamos todos com preocupações. Foda-se isto. A arquitectura não se faz para o cliente. O cliente não quer saber da arquitectura para nada. Euros, o resto é palha. Resta-nos o meta-discurso construído. Tiram-nos isso, tiram-nos tudo. Milímetros.
publicada por Lourenço Cordeiro #
22:31