Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Toda a gente gosta do pladur (com mínuscula para se perceber que me refiro ao material, não à marca). As razões são muitas. Posso enumerá-las:
1. É leve (a delícia dos engenheiros, que vêm reduzidas as cp, cargas permanentes)
2. É fácil de montar, e muito mais rápido do que uma parede de alvenaria de tijolo
3. Permite vazios interiores para passa tubos e merdas
4. Facilita manutenções e reparações
5. Mas 4 já não chegam?
Enfim, é um mundo todo que se abre. Mas eu odeio o pladur. Detesto. Cartãozinho só para os tectos falsos e, e. Porquê? Já
tocaram no pladur? O tacto é por vezes esquecido nas lides da construção. Não falo da textura, essa é lisa e agradável, falo da incontornável sensação que se tem que aquilo é cartão (estão aqui a fazer-me sinais que é mesmo cartão, só que com gesso lá dentro). Fragilidade, é esse o problema. A leveza, que há bocado referi como vantagem, é algo que eu não quero numa parede. Uma parede é grossa, pesada, e tem
inércia térmica. Inércia. Como é que o pladur pode ter inércia? Não pode. O pladur é um corredor de 100 metros, musculado e ágil. Uma parede é um gajo enorme e pesadíssimo, onde não passa nada. O Ricardo Carvalho é uma parede, percebem? Ninguém diz que o Ricardo Carvalho é uma placa de pladur, francamente. O pladur é coisa de gaja. O tijolo é d'homem, vamos lá chamar os bois pelos nomes. Um gajo toca no tijolo, dá murros, pontapés, cabeçadas, e ele reage. Imóvel. Senhorial. Nada o deita abaixo. O pladur é montado numas calhazinhas de alumínio, frágeis e assustadas, com jeitinho e parafusos. Mas o que é isto? Parafusos? Mas está tudo doido, ou quê?
Morra o pladur. Pim.
publicada por Lourenço Cordeiro #
18:42