Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
Adiro sem reservas a
estas palavras, na certeza que não é a primeira nem a última vez que me atormentarão o espírito. A primeira reacção é lembrar outras palavras, ditas por quem jorra intuição a granel: «mas não podemo ir para cima da Serra da Estrela com uma G3 e desatar aos tiros.» Pois não podemos, principalmente porque na Serra da Estrela a única cidade considerável que se vislumbra é a Covilhã, e a Covilhã não é o alvo que pretendemos atingir, lá do cimo de Portugal Continental. Mas então o que fazer, como lidar com este conflito interior que nos revela o mundo à volta como o habitat natural de
espectadores da quinta das celebridades? A culpa não é só da desilusão nacional que desceu sobre nós sem pedir licença. O problema é estrutral: vemos através dos nossos olhos, e enquanto não conseguirmos que os outros vejam o mesmo estamos limitados a simplesmente argumentar, sabendo que oitenta por cento da mensagem se perde entre o cérebro e a boca, isto é se falarmos, sendo que se perde entre o cérebro e os dedos se escrevermos. Descubro agora que perdi o rumo a este texto.
publicada por Lourenço Cordeiro #
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