Contribuições, insultos, projectos de execução, mas principalmente donativos chorudos para:
[Se os estudantes e profissionais são em primeiro lugar artistas e só arquitectos em segundo lugar, são urbanistas em terceiro lugar. As nossas cidades são demasiadas vezes como uma Esposição Mundial de edifícios isolados, cada um a excepção à regra e gesticulando mais amplamente do que o próximo para chamar a atenção. São abstractos e sem escala, recusando-se de modo algum a convergir com os vizinhos. Um circo arquitectónico de estilos ou uma profusão tipológica não fazem uma cidade. Nem são emblemáticos de uma cidade democrática, como apregoa Frank Gehry, entre outros.
Uma hierarquia coerente de tipos arquitectónicos, de tipo de ruas, e de espaços públicos com uma distinção clara entre edifícios de primeiro plano e edifícios de segundo plano ? podem resolver e tornar legível a complexa mistura dos usos do solo e das funções dos edifícios que as cidades sempre tiveram. A tipologia gera edifícios menos egoístas que nem sempre clamam para ser o centro das atenções. À medida que voltamos a um urbanismo de usos mistos preocupado com o peão e com os cruzmentos entre pessoas -
a única tendência sobre a qual toda a gente desde Krier até Koolhaas concorda - o tipo arquitectónico torna-se mais importante do que o estilo arquitectónico.
Devemos também ter presente que a arquitetura não faz escala. Porque o corpo humano é fixo na sua dimensão e alcance, a arquitectura não pode simplesmente ser ampliada ou reduzida como uma fotografia. Os princípios de composição e as experiências espaciais alteram-se com a escala, e isto é a razão pela qual Corbusier foi um grande arquitecto mas um perigoso planeador de cidades. A arquitectura tem de abdicar dos direitos adquiridos sobre o urbanismo nos últimos 75 anos, em que o planeta evoluiu de uma predominância rural para uma situação de semi-urbanidade.]
publicada por Lourenço Cordeiro #
13:56